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A Torre do Prisioneiro


Existe toda uma aura de lenda templária à volta do Castelo de Gisors, em França. A Arquitectura circular deste castelo torna-o peculiar e transmite-nos a ideia do "centro do mundo", ou seja, o lugar onde o céu comunica com a terra, espaço propício a que a alma ascenda ao nível da consciência, onde esta entra em contacto com os arquétipos espirituais. Neste castelo existe uma torre denominada a Torre do Prisioneiro.

Diz a lenda que lá esteve encarcerado Poulain, um cavaleiro amante da Rainha Branca. Deste amor nasceu uma filha que não sobreviveu. Entretanto, o rei, posto ao corrente do caso, mandou encerrar Poulai nessa torre do castelo. O cavaleiro conseguiu evadir-se, mas, ferido, só teve forças para ir morrer nos braços daquela que amava. (...)Nesta lenda do prisioneiro, encontramos, claramente, um substrato simbólico semelhante ao mito de Eros e Psiké. (...) No ciclo do rei Artur, o cavaleiro morreria no momento em que visse o Graal, pois morrer é renascer para uma outra dimensão.

(...)
Hoje em dia, existe uma pressão excessiva para a exterioridade, o que provoca as chamadas patologias do sagrado, segundo a terminologia antropológica. O homem esvazia-se espiritualmente, indo buscar nas paixões da personalidade (sexo sem amor verdadeiro, prestígio, poder material...) consolação para a profunda fome sentimental. (...)

Existe também o caso contrário das pessoas que, sentindo o profundo vazio espiritual e humano reinante na nossa sociedade, buscam o esoterismo mas não se esforçam por senti-lo e vivê-lo à sua medida, continuando a somar conhecimentos para o intelecto. Este, fica muito preenchido, mas a alma continua pobre e sem interioridade, abrindo espaço à superstição. Ora, a vivência esotérica provoca de forma natural o altruísmo e o sentimento de solidariedade para com todo o Cosmos. Por isso, os Templários que estiveram presos em Chinon, na França insculpiram na pedra um coração radiante.
Podemos perguntar-nos se o artista da cela foi mesmo um prisioneiro, ou se se trata de um trabalho realizado de forma deliberada para deixar uma mensagem. Talvez esta última seja um meio de encontrarmos a via para SAIRMOS DA NOSSA PRISÃO INTERIOR. De qualquer modo, as esculturas da Torre do Prisioneiro, em Gisors, transcendem, de longe, o simples testemunho da nostalgia de um homem, como gostariam de fazer acreditar.
Michel Lamy
in Os Templários na formação de Portugal, Paulo Alexandre Loução, Ésquilo

Na primeira hora de Mercúrio do dia de Marte de S. Praxedes, S. Daniel, S. Lourenço de Brindes

Comentários

  1. Olá Shin Tau

    Texto muito interessante o que publicaste hoje.
    A procura do caminho é sempre um acto solitário. O importante como dizes não é acumular conhecimentos mas utiliza-los para evoluir. Não é necessário termos muitos dons basta apenas ter o Dom de transformarmos o universo e esse por mais pequeno que seja é fundamental para sairmos da nossa prisão para a luz

    Super Tarologa cada vez mais atenta

    O beijinho

    O Viajante

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  2. Amigo Viajante

    como adorei as tuas palavras, transmitiram-me paz e muita tranquilidade.

    É verdade o caminho é um solitário porque se faz interiormente, lugar onde apenas nós entramos e conhecemos.

    Obrigada meu querido pelas tuas palavras, és incrível, sempre a apoiar e a dar Força, inesgotável esse teu Amor.

    Beijocas doces

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  3. Shin Pirlimpimpim,

    muuuito fixe este livro...que sorte em o teres ;)

    Profunda a reflexão que aqui propõe. Sabes como vejo e vivo a espiritualidade.Porque acredito, com a inocência de uma criança, que estou aqui para procurar a melhor forma de estar bem e que tudo me ajuda a consegui-lo, olho com alguma tristeza para a " espiritualidade pronta a usar". Lêem-se 30 mil livros, vai-se a 40 mil workshops do tipo " como ser feliz a beber um copo de água" e é um vale tudo para o alívio instântaneo das dores da alma.

    A alma só se cura com a descoberta e a aceirtação de nós mesmos.Com tudo o que somos feitos. Bom e mau. A alma vai-se curando a cada gesto no sentido de sermos mais e muito melhores, de chegarmos ao ideal que temos de nós.

    Para curar a alma, ou começar a respeita-la, parece-me que é necessário parar para a ouvir.
    Para isso é preciso silêncio. É necessário estarmos connosco e só connosco.

    Acho que já aconteceu a todos depois de um momento de grande dor, que nos leva a recolhimento voluntário, sairmos de algum modo iluminados, esclarecidos. Tivemos uma resposta qualquer, que às vezes nem sabemos concretizar qual foi, mas não ficamos iguais. Conhecemos mais um bocado de nós e damos sempre um passo quando isso acontece.

    Falar de isolamento contigo é desnecessário, sabes que essa é aminha tendência natural. Nem tanto ao mar, nem tanto à terra, mas retirarmo-nos para uma torre de vez em quando alarga a visão...de lá o horizonte é mais amplo, mais infinito...

    mil beijos meu amor
    Belo post

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  4. Querida Shin,

    Que belo convite à reflexão!
    Quer isto dizer que nos distraimos demasiadas vezes durante o processo. Mas aqueles que lá chegam são sem dúvida abençoados.
    Penso que me situo algures no meio. Procuro mais e mais informação mas ainda não a sei colocar 100% em prática. Mas vou chegar lá!

    Beijocas docinhas

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  5. Belíssima reflexão, belo post, bonitas fotos, mas com estas histórias antigas nunca percebi porque o rei prende o amante da mulher. Será que eles (os reis) só conheciam a 'volta'? Os reis modernos já sabem que é preciso dois para dançarem o tango. A 'volta' era coisa de grupo.

    :)))

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  6. Lindo post, bela história... um quê de romântica. Adoraria conhecer este lugar. Bjo querida

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  7. Talvez se recorde que colaborou comigo no «Cova do Urso», deixando a(s) sua(s) pergunta(s) para a entrevista colectiva que me fizeram.

    Essa entrevista será publicada hoje, dia 22, às 13:35 (Brasil) / 17:35 (Portugal), no post «Entrevista-me - Perguntas e Respostas», para comemorarmos a entrada do Sol no signo Leão.

    Terei muito prazer em recebê-lo/a.

    Aproveito para informar que o blog «Cova do Urso» vai estar encerrado ao público, por motivos de obras internas, a partir de sexta-feira próxima, devendo reabre no domingo.

    Agradecido pela atenção.

    Abraço

    António Rosa

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  8. IdoMind

    o livro...tenho sorte de ter uma irmã e pêras ;)

    As tuas palavras são sempre um elixir revigorante.
    Concordo contigo, mas quanto ao esoterismo pronto a usar, creio que é a ordem natural das coisas, como nem todos nascem para ser advogados, engenheiros ou médicos, nem todos nascemos para alcançar o último grau de evolução espiritual.

    Porém, compreendo que dizes.

    Beijocas e já tinha saudades das tuas palavras por aqui

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  9. Marise,

    não é uma questão de conseguires ou não, é uma questão de fazer aos poucos.
    Estive a ver o teu nodo norte e nodo sul e reparei em algo engraçado, a espiritualidade já adquiriste em outras vidas, nesta só tens de desbloquear o canal e deixar fluir. Acredita em ti e nas tuas percepções, o resto há-de vir!

    Eu acredito em ti e sei que fazes todos os dias o melhor que és capaz e que estás totalmente direccionada para ultrapassar os teus desafio e chegares dentro de ti!

    Beijocas minha doce mulher

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  10. António,

    rkrkrkrk outras épocas, outros costumes rkrkrkrrk

    Quanto à tua entrevista, não sei se a essas horas estarei por aqui! Mas nã deixarei de lá passar e espero ainda hoje!

    Beijcoas

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  11. Marcelo,

    obrigada meu querido, é sempre bom ouvir as tuas palavras :)

    Beijcoas

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  12. :))))

    Fico feliz com o empurrãozinho.

    Bjs

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  13. Marise,

    não é empurãozinho (esse era a limpeza, mas ainda não aprendi a fazer à distância).

    Muitas vezes quando estamos na Torre sentimos falta de ar, isolamento e desânimo, é preciso subir ao topo e sentir que estamos na torre por vontade própria. Quando assim não é e fomos lá para por um rei qualquer nos envia para lá, pedimos ajuda para escapar.

    Got it? Kiss Kiss

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  14. Bela reflexão... por aqui ando num espírito propício a reflexões mas as que me ocupam ainda não estão devidamente cozinhadas. Ando tão vadia da blogolândia! Looll!

    Beijinho grande ***

    Ariadne

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  15. Ariadne,

    tenho saudades de falar contigo, essas nossas divagações :)

    Boas reflexões e beijoquinhas

    ResponderEliminar

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