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As dúvidas existenciais...os questionamentos...o avançar...a Vida

Cassiel, com a tua ajuda quero encontrar as respostas para os meus questionamentos, desejo ardentemente aceder aos meus Arquivos Pessoais e compreender a missão que me foi destinada. Esta foi a forma como acordei hoje, com uma vontade de me compreender melhor, como raramente sinto. Cedo, levantei-me e fiquei a olhar o céu, enquanto cheirava o aroma intenso de um café fresco e forte, as moléculas do meu corpo iam assimilando a energia do Deus Pai. Quando toda eu estava acordada, decidi fechar os olhos e percebi que o meu coração estava inquieto. O que me estaria guardado para hoje? Que novidades, que dilemas, que surpresas me iriam esperar ao virar da esquina?
O dia foi bom, mas intenso, aliás como os últimos tempos têm sido. Por tudo isso, hoje apetece-me dissertar... e é sempre interessante para mim quando isto me acontece.
A reflexão é algo inerente à minha pessoa, sempre que grandes mudanças ocorrem dentro de mim, e por extensão fora de mim também, são fruto das incessantes reflexões, questionamentos, dúvidas e impasses.
Hoje, por estar envolvida por pessoas tão diferentes de mim, é de referir que diferente não tem qualquer conotação de melhor ou pior, vejo-me impulsionada a fazer esta pergunta: Quem sou Eu, afinal? Pergunta aliás que constantemente me faço, pois por vezes as mudanças são tão de repente que nem eu me apercebo.
Para responder a essa pergunta poderia começar com uma longa lista de: sou uma mulher, uma feiticeira, uma professora, uma amiga, uma irmã, uma filha, e discorrer por aí fora, mas nenhuma dessas categorias mostraria realmente quem sou. Essas categorias são, in fine, papéis que desempenho, funções da minha vida, relações familiares ou sociais, nenhuma dela expressa realmente a minha essência, nenhuma delas diz quem sou eu, quem é este Eu.
Esta pergunta para mim não é novidade, ela acompanha-me, vamos arredondar, desde os 12 anos de idade. Sempre me senti deslocada, incompatível com a família, com as amigas, com os amores da minha vida, com a escola, com o mundo. Não tive aquilo a que se pode chamar uma puberdade fácil, para os meus pais não o foi, mas para mim foi quase cruel, aliás o suicídio foi uma das constantes soluções que me passavam pela cabeça, contudo nunca tive a coragem para o fazer. Toda esta exposição é apenas para fundamentar a questão de esta perguntar ter estado sempre presente na minha vida. A filosofia foi uma ajuda preciosa, aliás os meus professores adoravam os meus comentários e as minhas opiniões, a análise de poemas foi outra, encontrei em Bocage e Espanca a razão de todas as minhas angústias. Depois, mais tarde, encontrei Pessoa e, aos poucos, fui encontrando a Luz ao fundo do túnel e compreendendo que eu não era única, que não estava só.
Mas bom, esta partilha surge para poder explicar um pouco o porquê deste questionamento, ele faz parte de mim, é inato. Responder a esta pergunta, apesar de tudo, revela-se mais difícil do que aparentemente seria de esperar, contudo não impossível. O Eu Sou é algo que não se pode descrever e esta realidade tem de ser aceite pois ninguém conseguirá respondê-la de forma exacta e correcta, pois na realidade é algo tão interno, tão do nível invisível que se torna absurdo colocar sequer por palavras. Mas há sempre formas de contornar a questão e de forma a saber quem sou posso tentar perceber como sou em determinadas circunstâncias, quais as actividades que realizo e como as realizo, como reajo perante os obstáculos com que me deparo na vida, enfim, como levo a minha vida. Todavia, parece-me importante, neste momento, fazer um à parte. A consciência de quem sou deve partir do questionamento interior, da análise pessoal de cada um e nunca do que os outros dizem que eu sou. Faço este à parte porque há tempos em conversa com um conhecido, ele dizia que quem somos é quem os outros nos mostram que somos, ao que eu argumentei que jamais poderia ser assim.

Na interacção com os outros eu vou vendo as minhas atitudes, ou quando não as vejo os outros podem mostrá-las, mas sinceramente, creio que a visão dos outros apenas nos poderá servir enquanto formos inseguros, ou não tivermos o habito da reflexão. Parece um pouco presunçoso dizer tal afirmação, mas em verdade esta é a minha experiência, logo a minha verdade.
Ao longo dos tempos fui percebendo que a imagem que os outros têm de nós apenas serve como barómetro, mas quando nos habituamos a reflectir diariamente sobre as nossas atitudes e pensamentos, os outros começam a fazer até comentários pouco acertados sobre nós. Não quero, de modo algum, parecer que os outros não têm importância na minha vida, bem pelo contrário, dependo deles como todos nós, eles são Eu e eu sou Eles, estamos todos interligados pelas relações de vidas passadas ou de missões. Em verdade também digo que às vezes temos uma relação tão íntima, profunda ou intensa que o outro sabe realmente quem nós somos, às vezes primeiro do que nós, mas infelizmente estas situações são raras.
Assim, num dia de Cassiel, acabo por fazer uma das análises e introspecções mais profundas dos últimos tempos, tudo porque estive com pessoas diferentes, como é bom alargar os horizontes!

Num dia interessante!

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